terça-feira, 26 de julho de 2011

Apostila de Violão Popular - Nível Iniciante - Aula 2




Sumário: 2. – Afinar a Voz; 2.1 – Afinar o Violão; 2.2 – Ritmo: guarânia e 2.3. Música: Chalana
2. – Afinar a Voz
Olá pessoal!
Você deve ter percebido que tocar Violão Popular sugere uma “necessidade” de também cantar, pois caso não cante é preciso que haja um parceiro (cantor) para atingir o mesmo resultado que você pode fazer sozinho. Para cantar é bom que se tenha alguns cuidados com a voz. E isso vai sendo abordado com algumas dicas durante nosso aprendizado de Violão Popular. Espero que goste.
Para tanto, vou começar falando de “Afinar a Voz”.
A todo instante estamos ouvindo a nós mesmo quando falamos, ouvindo quando outras pessoas falam conosco, ouvindo músicas em casa, no carro, no serviço, em shows, ao assistir um programa de televisão e ouvindo, inclusive, “o que não queria ouvir” – brincadeira! Quando isso acontece, os sons e/ou os ruídos ficam guardados na nossa memória que se desejarmos a sua emissão eles podem sair afinados ou não.
O cantor é afinado a partir do instante em que ele consegue entoar corretamente as notas musicais propostas, ou seja, ele emite um Dó quando ouviu um Dó. Por outro lado, o desafinado ouve a nota Dó e entoa Si ou outra nota qualquer. Se isso ocorre constantemente é bom diagnosticar para uma possível solução, aos saudáveis fisicamente. Certamente não haverá solução para o “Tone Deaf[1] – “Surdo Para freqüências”.
Os principais motivos que impedem a um cantor, sem problemas físicos de audição, afinar a voz são falta de percepção ou falta de atenção, notas nos limites de sua voz (muito grave ou muito aguda), respiração incorreta e a falta de desenvolvimento do ouvido musical.  
a)    Percepção ou atenção – por um dado momento da vida a pessoa deseja cantar. Isso pode estar no núcleo de vários motivos, onde um deles é que ouviu alguém cantando e desejou fazer o mesmo, ou seja, deu atenção a quem cantava na TV, no DVD, no CD ou ao vivo e em cores. A percepção se dá a partir da atenção. Os cantores profissionais ouvem dezenas de vezes a mesma canção e a reproduz acompanhando as gravações que de certo estão em sua tonalidade musical. E se não estiver? Não canta aquela música? É claro que pode cantar, para tanto, é preciso fazer uma alteração na tonalidade. Como? Veja o próximo item.  
b)    Notas nos limites de sua voz – Se a música que você está ouvindo foi reproduzida em Dó Maior (C) e estar muito grave ou muito aguda para você, nos limites de sua voz, pode-se fazer uma transposição (modificação de tonalidade) para Sol Maior (G) ou Fá Maior (F) que certamente uma dessas duas tonalidades se encaixará perfeitamente em sua voz. Por isso é bom aperfeiçoar a percepção, nas aulas de músicas.
c)    Respiração – são dois movimentos composto por inspiração que permite a entrada de ar nos pulmões e a expiração que permite a saída de ar dos pulmões. Ao inspirar não levante o tórax.
d)    Ouvido musical – quando o cantor ouve um som (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si) deve compará-lo e diferenciá-lo. Então o Dó não terá o mesmo som de Ré que não terá o som do Mi e assim sucessivamente. Dessa forma, escolha uma música de sua tonalidade, ouça-a através de um “CD” e tente reproduzir como está ouvindo. Faça isso, com o volume de seu “TOCA CD” lá nas alturas e o volume de sua voz bem menos. Veja eu falei VOLUME (intensidade). Depois desse exercício reduza o VOLUME de seu toca CD e você cantará a mesma música com maior intensidade. Por fim, cante na mesma intensidade que o toca CD. Descubra se está cantando bem – afinado. Se no primeiro momento achar que não está bem, não se preocupe, continue exercitando e procure um profissional que lhe ajude a realizar seu desejo musical. Então, o ouvido musical é algo que pode ser educado gradualmente até o cantor conseguir distinguir, reconhecer e produzir os sons que deseja cantar.
Estar inserido num grupo musical que discuta assuntos pertinentes ao que estou falando certamente lhe ajudará bastante.
Seja persistente, você pode, você é capaz.    
Veja o que Mônica Marsola e Tutti Baê nos quis dizer (2001, p. 48):
Acreditamos que todas as pessoas que não possuem problemas físicos de audição, podem cantar afinadas. Existem, também, problemas psicológicos frente ao ato de de cantar, falta de estímulo, ironias de amigos e parentes que comparam pessoas de uma mesma família, crença no “DOM” – que com certeza existe - , mas a educação do ouvido e desenvolvimento da percepção musical são possíveis. (grifei)

2.1 Afinar o Violão
Ao pegar o violão acredito que a primeira coisa que o executante deve fazer é conferir a afinação de seu instrumento. Isso deve acontecer por que as cordas do violão têm um som determinado e se das seis cordas uma delas não esteja de acordo com a afinação padrão o som que será certamente produzido não vai agradar ao ouvido. A afinação padrão é composta da seguinte seqüência: 1ª corda Mi, 2ª corda Si, 3ª corda Sol, 4ª corda , 5ª corda e 6ª corda Mi; a contagem das cordas se dá a partir da mais fina a mais grossa.
Cordas Soltas do Violão



6ª___________Mi_______________________
5ª___________Lá_______________________
4ª___________Ré_______________________
3ª___________Sol_______________________
2ª___________Si________________________
1ª___________Mi_______________________

 

 
Nesse momento, o ouvido musical será fundamental na afinação do violão. A partir de agora você deve estar se perguntando: mas como eu sei o som de cada nota? Tudo bem vou tentar lhe explicar.
Existem várias formas de isso acontecer. Uma delas é você fazer uso de um diapasão, acústico ou eletrônico, mas nunca aposentar o ouvido. Antes falo do diapasão.   
Diapasão é um instrumento acústico de sopro com um som que emite a nota Lá (5ª corda) ou com seis notas das cordas soltas do violão. Com ele você sopra o som da corda correspondente que se quer afinar, compara o som do diapasão com o som da corda e julga se ela está de acordo. Se não estiver faça a alteração apertando ou folgando a corda a partir das tarraxas. Existe também o diapasão eletrônico. A maneira mais prática de entendê-lo é visualizando nele as luzes verdes (afinado) e vermelhas (desafinado). Luzes vermelhas (aperte a corda), verdes (não faça nada – afinado) e vermelhas (folgue a corda). Ao mesmo tempo em que uma luz é acesa o nome da nota aparece no visor. Logo, o diapasão é uma referência para que o executante afine o instrumento.
Depois de certo tempo que você fizer uso do diapasão terá uma boa intimidade com o violão, ou seja, já tem conhecimento dos sons de todas as cordas. Por isso, na maioria das vezes, afinará seu instrumento fazendo uso do ouvido musical.
Agora vamos aprender a tocar a música Chalana de Almir Sater.















Chalana
(Almir Sater)

D
Lá vai a chalana
         A             D
Bem longe se vai

Navegando no remanso
    A
Do rio do Paraguai

G
Ah! Chalana sem querer
D
Tu aumentas minha dor
A
Nessas águas tão serenas
D
Vai levando meu amor (bis)

E assim ela se foi
A
Nem de mim se despediu
G
A chalana vai sumindo
       A                D
Na curva lá do rio

E se ela vai magoada
                                     A
Eu bem sei que tem razão
               D
Fui ingrato eu feri o seu pobre coração

G
Ah! Chalana sem querer
D
Tu aumentas minha dor
A
Nessas águas tão serenas
D
Vai levando meu amor
2.2. – Ritmo: Guarânia (↓↑↓↑↓) - observe que temos aí cinco setas. Ao tocar conte (1 e 2 e 3), numa seqüência padrão para cada seta.
No “1” deslize conjuntamente os quatro dedos (mínimo, anular, médio e indicar). No “e” o indicador. No “2” o polegar. No “e” o indicador. No “3” o polegar.
Agora vamos aprender mais dois acordes (D e A) para nossa coleção.
Acordes: D (Ré Maior), A (Lá Maior) e G (Sol Maior):

   
Nota: “Qualquer principiante pode, em pouco tempo, tocar algo que soe musicalmente bem. Talvez por isso, e por sua facilidade de adaptação a tantos estilos, o violão seja um instrumento tão popular”.[2]
2.3. - Música: Guarânia de Almir Sater.







² O Tone Deaf  é capaz de cantar uma música inteira em outro tom e é inútil tentar convencê-lo de seu erro. (Canto uma espressão, por Mônica Marsola e Tutti Baê, 2001, p. 49).
[2] Curso Globo de Violão e Guitarra, 1991, p. 4.

Nenhum comentário:

Postar um comentário